La Femme N’existe Pas

Posted by : DANIEL MORAES | 25 janeiro, 2009 | Published in



“O Homem é a soma das mulheres que teve”
(Afirmação do personagem principal do filme, Gatão de Meia Idade)





Tempo desses estive com pensamentos fixos em minhas ex-namoradas. Não sei o que motivou tais lembranças, mas como diria Arnaldo Jabor no Pornopolítica, “a mulher talvez tenha sido invenção dos machos”. “Mulher” é termo genérico, pois foi assim que nomeamos essas criaturas, seres tão multiplos que segundo a mitologia bíblica são oriundas de nossas costelas, e por esse motivo, de terem sido criadas após nós machos, são muito mais completas.

Como diz minha velha e sábia mãe, “sexo frágil são os homens”; e sou forçado a concordar. Coube as mulheres gerarem filhos, talvez pelo fato de agüentarem mais as dores não só físicas, mas também emocionais. Somos inconseqüentes, deixamos ruir um bom relacionamento por causa de rabo de saia (exemplo máximo de nossa fraquesa e o quanto o poder feminino nos desatina), e muitas das vezes, somos perdoados. Sim! Só as mulheres têm esse “desprendimento e compreensão” magnânimos, e quando amam de verdade são capazes de nos perdoar sem qualquer tipo de ressalva. Quando um homem perdoa uma traição, é após um esforço dantesco feminino que de certo engoliu o orgulho e ficou quase de joelhos pro cara, jurando por Deus, e inda sim, o cabra impõe várias condições para voltar.

O chifre dado por uma mulher passa a ter um alo didático. Com diz Jabor, “a dor-de-corno é física, uma experiência de morte; só aí o macho onipotente conhece o desespero da condição humana”. E de certo, um chifre ensina! Depois de recuperados, começamos a nos dedicar mais aos nossos amores, paramos de só pensar em nossa gozada, a dedicar maior tempo a mulher amada, enfim... Humanizamos-nos...

Mais podemos aprender muito com o dia-a-dia num relacionamento. Algumas mulheres me marcaram positivamente. Citarei aqui as já conhecidas de meu público, como a Adenice, Kelly e Claudia. A primeira me ensinou a amar... Apesar de ter sido um amor platônico e nunca correspondido, “A” me formou muitas coisas. Uma delas e a principal é que o amor é um sentimento sempre ofertado de graça e que jamais poderá ser cobrado. Ao seu lado (no papel de amigo), pude entender mais do universo feminino e toda a sua sensibilidade.

Perdi minha virgindade aos 14 anos com uma prima, mas foi com a Kelly que verdadeiramente aprendi a transar. Aquela época achava que só era pô pra dentro e pronto! Ledo engano... Essa mulher que a época tinha 25 anos foi o que chamamos de “professora de sexo”, me ensinando todos os macetes e caquiados... Foi aí que percebi que o correto prazer é o dar prazer! Mas ela foi além; fez com que tivesse alto estima, estabelecendo em mim o amor próprio, coisa que naquele tempo me faltava.

Tenho em Claudia o maior de todos os desafios... Namorei-a em Flores de Goiás (GO), e foi difícil conviver com alguém diferente cultural de mim. A mesma possuía apenas a quarta série do ensino fundamental e como ela mesma costumava dizer, “achava os livros que tinha em minha estante um pé-no-saco” (Nietzsche, Marx, Sartre, Jabor...). Nos 05 meses que convivi com a mesma, percebi o quanto é complicado manter um relacionamento com uma pessoa de um “mundo completamente diferente do seu”, mas também percebi que o carinho, respeito, afeto e cumplicidade são coisas que servem como ponte para superar qualquer desavença, dificuldades de qualquer ordem.

Hoje namoro com a Cintia, uma Cearense de 29 anos que faz faculdade comigo e é completamente diferente de mim. Sou expansivo, brincalhão, conversador; ela é na dela, quieta, centrada, fala quando lhe é solicitado. Leio Marx e ela Sabrina. Gosto de multidão e ela de sossego. Somos quase que 80% diferentes e estou aprendendo muito, pois convivo com alguém antagônico a mim, e nesse tipo de relacionamento, concessão é a palavra chave para a manutenção de um bom dia-a-dia.

Nós homens nunca seremos inteiros, completos, sem uma mulher. Talvez haja na figura do “cafajeste”, um “carente incorrigível”. A bem da verdade, todos os homens são “meio cafajestes”, e isso nos torna errantes, seres sem rumo, cabendo as mulheres nos dar “sentido à vida”.

A relação entre homens e mulheres é bem retratada através das figuras de Tarzan e Jane. Somos primários e rudimentares; elas são complexas e diversificadas, e por isso são bem mais evoluídas que nós machos e estaremos sempre em estágio de aprendizagem.

“As mulheres são sempre várias. Isso não as faz móbiles nem traidoras; nós é que nos achamos unos. A mulher não é um enigma. Nós é que somos, nós que achamos que há clareza. Os homens são mais óbvios, fálicos. Homem é ciência, mulher é arte. Homem tem um fim. Mulher abre-se num horizonte com muitos sentidos e está sempre equivocando o homem”. “Existe alguma coisa que as unifique em uma identidade geral? Talvez se igualem por um superior descaso pelo progresso, pela política, elas sempre ocupadas em manter viva a natureza e a espécie. Elas estão mais próximas que nós da realidade múltipla do mundo, aberto, sem futuro ou significado”. (A Mulher Não Existe – Pornopolítica / Arnaldo Jabor).

(11) Comments

  1. Marcela said...

    Como mulher, não posso nem pensar em criticar ou falar bem demais desse texto, haha
    Me limito a dizer que o adorei!
    baci :)

    26 de janeiro de 2009 às 18:50
  2. Anônimo

    Eita post gostoso de ler, parabens, viu? Ri muito e tenho que concordar com vc. Nos somos demais. rsrs

    Beijao.

    26 de janeiro de 2009 às 19:40
  3. Livia said...

    Adorei o texto Daniel... nós somos únicas e insubistituíveis...
    Obrigada pelo comentário no meu texto!!!
    volte sempre lá no nosso cantinho..
    beijo!

    26 de janeiro de 2009 às 21:18
  4. Anônimo

    fartei-me d rir lol...gostei d text =)
    bjs bjs

    26 de janeiro de 2009 às 21:18
  5. Unknown said...

    Como eu falo sempre...o que seria de nos homens sem elas...???nao seriamos nada......elas sao tudo para nos......
    sempre iremos pensar......

    abraçao

    26 de janeiro de 2009 às 21:58
  6. Paulinha Barboni said...

    Sou suspeita pra afirmar qualquer coisa. Feminista, eu diria.rs

    beijos Moço!

    27 de janeiro de 2009 às 12:35
  7. Naty said...

    É verdade! Nós mulheres, somos de foda mesmo. xD

    Gostei muito do seu ponto de vista. Um belo texto!

    =D

    27 de janeiro de 2009 às 13:59
  8. Anônimo

    Quem diz que mulher só serve para nos dar prazer na cama termina indo morar com uma boneca inflavel.

    Todas as mulheres são lindas e phodasticas - até que apareça um 'impossivel' para dizer o contrário, hehehe.

    As mulheres são tão importantes que quanto mais tenho uma, mais quero mais :)

    27 de janeiro de 2009 às 18:18
  9. A Itinerante - Neiva said...

    Oi Daniel,

    Desculpa a demora. Seus textos devem ser apreciados com calma e quis vir com tempo para saborear. Delicioso. rs

    Um texto deste só pode ser escrito por um homem que realmente goste das mulheres.

    Sábio você em manter-se com a uma que tem. Quem muito quer nada tem. rsrs

    Parabéns. E votos de sucesso em seu namoro.

    Beijão.

    27 de janeiro de 2009 às 19:34
  10. Solange Maia said...

    Muito interessante... adoro poder perceber um outro prisma, um outro olhar...
    Você já leu Fabrício Carpinejar ?
    Ao ler este post não pude deixar de me lembrar dele... dê uma espiada !

    Beijo,

    Solange Maia

    http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

    27 de janeiro de 2009 às 20:01
  11. Iara Alencar said...

    Eu vou fazer 29 anos amanha e te digo que nao achei ninguem pra me ensinar nada.
    Tudo foi aprendizado sozinho.
    Sorte a sua ter alguem que te ensinou tudo ou quase tudo.
    Pro homem o sexo é uma grande brincadeira que aos poucos ele vai se viciando.
    pra mulher entra todo um elo romantico, uma droga de romantismo que nao deveria existir.

    27 de janeiro de 2009 às 21:32