A MITOLOGIA DOS DESENHOS ANIMADOS - A LIGA DA JUSTIÇA

Posted by : DANIEL MORAES | 30 novembro, 2008 | Published in

Eu sou fã de desenhos animados. Apesar dos meus vinte e cinco anos na cara, sempre quando dá tô na frente da TV assistindo o Pica Pau, Caverna do Dragão, Homem Aranha... Mais o meu desenho predileto é a Liga da Justiça.

Para muitos, desenho animado é uma mera diversão, mas para mim, é coisa séria. Há uma mitologia implícita em cada desenho, ainda mais os desenhos de heróis.
A Liga da Justiça é um caso a parte. Os maiores e melhores heróis juntos, combatendo todos os tipos de vilões.

De todos os episódios da Liga um me chama particularmente a atenção, e que foi reprisado (pela milésima vez) hoje, na hora do almoço (aqui em Roraima é exibido as 12:45 – 13:45 horário de Brasília). Era o episódio em que o Robô Andróide voltou a Terra para matar Lex Luthor (outrora, Luthor tirou vantagem da inocência do Andróide para seus fins escusos; após adquirir conhecimento e força Galáxia a fora, volta para se vingar de Lex). Apavorado, pede ajuda a Liga da Justiça, que prontamente atende seu chamado (apesar de lados opostos, eles são heróis e tem que proteger a vida de Lex – um paradoxo existencial que vivemos todos os dias – às vezes, fazemos coisas que não nos orgulhamos muito, em prol daquilo em que acreditamos); Eles fazem barreiras que vai desde antes de entrar na atmosfera até a porta de onde está o Lex, porém, todos são vencidos pela força do Andróide que está sedento por vingança.

Quando o Robô entra na sala onde Luthor está escondido, ele recebe um tiro de canhão de raios de Nanotecnologia, mais como o Andróide já tinha superado essa fase, ele não sofre nada. Sem saber como agir, o Capitão Átomo (que estava com Lex construindo o canhão) os reduz a um mundo paralelo Minúsculo, mesmo assim Andróide os localiza e então começa o diálogo.

O Andróide diz que Luthor tem tudo aquilo que os homens desejam – dinheiro, poder... E pergunta à Lex o porquê dele fazer aquilo tudo; Lex responde que apesar de todos os seus esforços, o seu nome em pouco tempo será esquecido, e que por mais que faça e aconteça, o tempo fará dele um nada (isso tudo estou trocando em miúdos); que ele quer saber o final de tudo, enfim, vê o resultado da evolução, e que ele (Andróide) tinha como saber o resultado de tudo, e pergunta se o Andróide, pelas andanças pelo Universo não tinha acumulado conhecimento.

Andróide afirma que sim, que o Professor Rhemilton tinha o projetado para acumular conhecimento e que realmente estava acontecendo isso; então deduz e pergunta a Lex Luthor se era esse o objetivo dele, ser meramente um espectador de tudo.

Então Luthor diz (e essa a questão chave de tudo) que cada um faz o seu objetivo.
Enquanto todo esse diálogo é desenrolado, a Tropa dos Lanternas Verdes chega no local; achando que Hoa tinha sido destruída pelo Andróide, eles vão lá para acabar com o mesmo, nem que pra isso, pagasse as conseqüências de acabar com metade da Terra; eis que então aparece o Destino, e diz que eles não poderiam fazer aquilo; Jon Stuart diz que ele teria que pagar por ter destruído Hoa, e que nem mesmo o Destino era capaz de agüentar a saraivada de raios dos Lanternas. Então os mesmo sai da frente, deixando a tropa passar.

Já no final do diálogo do Andróide com Luthor, ele diz que quando soube que o Andróide tinha voltado para matá-lo ficou petrificado de medo, mas que naquele momento tinha pena dele. Com todo aquele poder, e sem objetivo nenhum... Então o Andróide os tira do Mundo Minúsculo;
Mais eis que a Tropa dos Lanternas chegam, tiram Luthor e o Capitão Átomo da frente do Andróide afim de atirar nele. Então o Destino aparece, impedindo que aquilo ocorra, dizendo que tudo já estava acertado, e oferecendo ajuda ao Andróide que prontamente aceita. Então Destino o leva para a sua casa.

Bem, relatei o episódio quase todo para dizer a “moral da história”. Às vezes, estamos tão certos sobre determinadas coisas, que deixamos de enxergar outras. Andróide tinha poder, porém, não possuía um objetivo.

A Tropa dos Lanternas achavam que o Andróide tinha destruído Hoa, quando apenas ele tinha removido do lugar, pois segundo ele, o Planeta estava na sua frente. Quando Joh pede para ele por no lugar, ele assim o faz.

Nada feito no calor da raiva dá certo. Nada mesmo! Às vezes, o que parece ser a coisa mais acertada, a bem da verdade não é. Às vezes, precisamos seguir outros caminhos, diferentes, sabe? Às vezes, precisamos tatear no escuro, para podermos achar sozinho o interruptor que liga a luz.

Às vezes, o caminho mais fácil e aparente não é a melhor escolha. Às vezes, o caminho difícil torna-se o único caminho a ser percorrido. Às vezes, não são respostas prontas que precisamos, mais sim, ter a oportunidade de construir as nossas próprias respostas.


EXTRA:

O Blues na Veia está de volta à ativa. Agora, tenho a companhia mais que especial de Valéria de Oliveira (que já postou lá) e de Jairo Souza. Entramos em acordo e fizemos modificações no mote do blog; não será apenas de Blues! Tornar-se-á um blog de críticas e dicas de música. Espero que todos prestigiem Blues.

Boa semana a todos.

(4) Comments

  1. Iara Alencar said...

    E as vezes aquilo que achamos que será pra sempre só dura uns dias.

    :)
    Eu gosto do X-man em desenho;

    30 de novembro de 2008 às 21:42
  2. Anônimo

    Confesso que por muito tempo eu também pensei que desenhos eram coisas para entreter, sem nenhuma mensagem oculta. Mas duas coisas me fizeram refletir sobre isso. A primeira foi quando começou a rolar na internet um papo que os personagens do Caverna do Dragão nunca conseguiam voltar pra casa porque na verdade eles estavam mortos. E a segunda, é o diálogo do Bill com a Beatrix, no filme Kill Bill. Ele fala que as características atribuídas pelo superman ao seu personagem Clark Kent demonstram que ele acha os seres humanos fracos. Interessante, né? Na verdade, tudo tem uma mensagem oculta mesmo. Nós só não enxergamos à vezes.

    1 de dezembro de 2008 às 15:41
  3. Flávia said...

    Eu amo desenhos animados, su altamente suspeita pra falar deles, rs.

    Beijos!

    2 de dezembro de 2008 às 08:04
  4. Anônimo

    Olá Dani, td bem? (:

    Adoro desenhos tb. E eu também viajo nas histórias, nada surge do nada. Uma idéia surge de algo que temos a necessidade de interpretar - cada qual da sua forma e visão-. Mas isto é mais interessante.
    Belo texto!
    Parece que temos uma sintonia, engraçado. Uma parte de sua escrita falou comigo.Eu estava quase a tomar uma decisão com muita raiva. Rs...Mas se tudo que tem que ser já é escrito e nós devemos vigiar e administrar nosso caminho. É assim que tem que ser. Paz e amor com muita arte na veia, com muita música e blues na veia, com muitos só-pensando ou arrotando. E é isso aí.

    Vaaaaaleu. Beijo!!!

    2 de dezembro de 2008 às 08:23