Miséria é miséria em qualquer canto;
A novidade que tem no Brejo da Cruz,
É a criançada.
Índio, mulato, preto, branco
Se alimentar de luz.
A novidade que tem no Brejo da Cruz,
É a criançada.
Índio, mulato, preto, branco
Se alimentar de luz.
Miséria é miséria em qualquer canto,
Alucinados, meninos ficando azuis.
Alucinados, meninos ficando azuis.
Filhos, amigos, amantes, parentes,
E desencarnando, lá no Brejo da Cruz.
E desencarnando, lá no Brejo da Cruz.
Ninguém sabe falar esperanto
Eletrizado, cruzam os céus do Brasil
Eletrizado, cruzam os céus do Brasil
Fracos, doentes, aflitos, carentes,
Na rodoviária, assumem formas mil.
Na rodoviária, assumem formas mil.
Riquezas são diferentes;
Uns vendem fumo, tem uns que viram Jesus
Uns vendem fumo, tem uns que viram Jesus
O Sol não causa mais espanto;
Muito sanfoneiro, cego tocando blues
Muito sanfoneiro, cego tocando blues
A morte não causa mais espanto;
Uns têm saudade e dançam maracatus
Uns têm saudade e dançam maracatus
Cores, raças, castas, crenças
Uns atiram pedra, outros passeiam nus
Uns atiram pedra, outros passeiam nus
Miséria é miséria em qualquer canto.
Mas há milhões desses seres, que se disfarçam tão bem,
Índio, mulato, preto, branco
Que ninguém pergunta
De onde essa gente vem?
São jardineiros,
Guardas-noturnos, casais
São passageiros,
Bombeiros e babás,
Já nem se lembram...
Que ninguém pergunta
De onde essa gente vem?
São jardineiros,
Guardas-noturnos, casais
São passageiros,
Bombeiros e babás,
Já nem se lembram...
Fracos, doentes, aflitos, carentes;
Em qualquer canto miséria,
Que existe um Brejo da Cruz,
Que eram crianças,
E que comiam luz,
São faxineiras,
Balançam nas construções,
São bilheteiras.
Baleiros e garçons.
Que existe um Brejo da Cruz,
Que eram crianças,
E que comiam luz,
São faxineiras,
Balançam nas construções,
São bilheteiras.
Baleiros e garçons.
Já nem se lembram
Que eram crianças
E que comiam luz.
Cores, raças, castas, crenças,
Em qualquer canto miséria.
(Brejo da Cruz – Chico Buarque)
(Miséria – Titãs)
A idéia de fundir as duas músicas nasceu hoje enquanto assitia aula de autropologia. Foi mostrado um vídeo montagem das duas músicas, onde se iniciava com “Brejo da Cruz” e do meio pro fim passava para “Miséria”. Há uma co-relação das duas canções, pois nos alerta para a condição humana da maioria do povo brasileiro, que é esquecido pelo poder público e até mesmo, por nós, quando uma criança de rua chega e diz, “tio (a) dá R$ 1,00?”. E nós, no auto de nosso púpito de borçalidade dizemos, “tenho não!”.
É a face banguela de uma país cada vez mais dividido entre ricos e flagelados! Escafandros de toda ordem, roem o erário público achicalhando o Estado, fazendo com que a sociedade esteja cada vez mais “marginalizada”. Temos de reagir! Ir atrás de nossos direitos! Parar com esse comodismo que nos empura para o abismo, e comerçamos a ser Brasileiros de verdade! Mais patriotas e cidadãos.
Chega de alienar-se com BBB e porcarias 1000. É hora de reagir, senão (Deus nos livre mas isso pode acontecer) incorremos nos risco de acabar parando num Brejo da Cruz qualquer.
Ótima fusão daniel!
e realmente...! Ah que ponto chegamos!
As pessoas cada vez mas alienadas só pensam em sua ambição! e o resultado está ai! MISÈRIA!
Daniel Me dá um toque sobre como eu coloco aqueles vídeos no canto como a val fez lah no blues, eu fico meio por fora desse lance de postar vídeo!
Muito interessante essa abordagem, e esse tipo de música será sempre atual, infelizmente, Bjos
Sim, em meu modo de ver: ''A miséria existe em todos os cantos, em todos os brancos, negros, índios ou simplesmente azuis. Rs. Porém quando somos crianças, somos tão inocentes e puros que somos esta luz, ou melhor, o alimento da alma de um anjo é a luz. Mas quando o tempo passa já nem nos lembramos de quem simplesmente fomos ou atualmente somos.
Iiii será que viajei demais Dani?
P.s Estou em contato com o Jairo. E ja estou elaborando novas aqui em mente. Confesso que tem coisas que não sei mexer lá..como o video que o jairo pediu p incluir..tenho que fuçar...E preciso divulgar td...a alguns blogs de música e esta galera que curte ficar antenada neste mundo. Estou chegando, caaaaaaaalma vamos que vamos..
Bjusss
Adoro Chico Buarque e a sensibilidade dele para perceber aspectos sociais, mesmo não vivendo os mesmos.
A mistura ficou interessante e é um alerta para nós, que muitas vezes passamos longe dessa miséria.
beijinhos,querido.