É completamente possível errarmos quando atribuímos uma mudança que nos ocorreu a outra pessoa ou a qualquer coisa externa.
É possível e até provável.
Por vezes dizemos que aquilo (a mudança) deve-se ao "clique" que aquilo (que não nós mesmos) provocou, despertou.
Podemos voltar a escrever porque uma música inspirou um título que trouxe uma idéia, que, por sua vez, lembrou aquele antigo romance que começamos a escrever dois anos atrás e por aí vai.
Ou reinventamos aquela labuta que era acordar muito cedo e dar umas passadas largas pra enfrentar melhor o resto do dia. Isso tudo porque conheceu um alguém que pode ser o amor da sua vida.
Ou enfrentamos o medo de falar em público porque o palestrante Godri começou aquela palestra na nossa faculdade escondido atrás do palco e falando bem baixinho, provando que sua estima era abaixo de zero quando tinha a nossa idade.
E dizemos que tudo começou a acontecer diferente porque "aquele negócio" ou "aquela menina" ou "aquele dia em que quebrei o salto" e blá blá blá.
Sei não. Mas acho engraçado como tratamos nossos problemas e nossas soluções como se não fizéssemos parte deles. Eles é que causam, interferem e nos medicam. Como se nos transitasse porque somos apenas hospedeiros do que não nos diz respeito. Como que em estado de inércia.
Quando é que passamos a assistir a vida pela janela?
By Carolina Bahasi
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