LEMBRANÇAS

Posted by : DANIEL MORAES | 17 novembro, 2008 | Published in

“Eu vi um menino correndo, eu vi o tempo; correndo ao redor daquele menino”. (Roberto Carlos)



De certo que o tempo faz apagar algumas lembranças nossas de nossos tempos de meninos. Posso afirmar que até que não fui um menino danado, mas há lembranças interessantíssimas de fatos inusitados.

Desse tempo é forte a presença de minha tia mais nova, a Inês; ela é minha “segunda mãe”. Engraçados como as coisas são! (...) Acredito que ela tenha substituído “a presença masculina” em minha criação. Não que ela seja sapatão, há “compreensão de vida” que em geral cabe ao pai coube a ela, apesar de que desde os 05 anos fui OBRIGADO a conviver com um cidadão que minha mãe escolheu para viver (e sendo que 02 anos mais tarde até conheci meu pai biológico, mas foi só esse contanto e nada mais).

De tudo que vivi, tem dois casos bem interessantes e que aqui relatarei. É evidente que todos que me lêem nessa bodega já foram convidados por alguém a ir a merda não é verdade? Pois bem, eu literalmente já fui! Como? Bem... Num desses aniversários em que a criança muitas vezes é obrigada a ir e tem que dá parabéns ao (a) primo (a) que nem vai lá muito com as fuças, eu caí dentro de uma fossa que não estava devidamente protegida. Não sei bem como foi, mas o fato é que fiquei até o pescoço mergulhado em merda e mijo; quando avisaram que eu tinha caído lá, minha mãe foi me socorrer, mas (não me perguntem as razões) só aceitava ajuda da minha tia Inês e pedia para que a mesma fosse me ajudar. Até hoje ela me cobra um vestido novo, pois coube a mesma me “me tirar da merda” e ainda por cima me dá banho.

As primeiras vezes que ouvir histórias de sacanagem foi com a Inês. Volta e meia ela me levava junto pra festas, principalmente do seu trabalho. Sua turma sempre foi “da bagaceira” e numa dessas festas, lembrou-me de pela primeira vez ter ouvido falar de sexo oral por uma amiga que contava detalhes (por menorizados) de um sonho erótico.

Mas coube a mim salva-la (palavras dela). Em 1989 quando tinha 06 anos de idade, ela adotou uma criança (não é casa e nunca houve a oportunidade – como sempre diz, o homem certo – para engravidar). Um ano mais tarde a menina veio a falecer e minha tia sentiu muito o baque da perca da filha; num tarde (e essa lembrança é bem nítida) e vi chorando e fui lá com ela; depois de um abraço sentei-me a sua frente; logo após ela chorando disse que “queria morrer”, e ao ouvir isso disse: “então eu vou junto”; após isso, a mesma me abraçou e chorou copiosamente... Até hoje ela me diz que aquelas palavras foram o estímulo a uma nova caminhada, foi daí que ela adquiriu a força necessária pra dar a volta por cima, pois precisa criar “o filho”.

Há um mês atrás um fato muito triste aconteceu que foi a morte de um primo meu muito querido pela família. No velório, comentávamos o quanto à vida é frágil e a necessidade que temos de viver a vida sem amarras, aproveitar cada momento como se fosse o ultimo, pois para morrer só basta estar vivo... Enquanto o papo se desenrolava, percebi o quanto ainda quero realizar e conquistar... Se fosse fazer uma lista de 08 coisas, seriam:

Encontrar o grande amor da minha vida (o ideário de amar e ser amado, que todos nós temos);

Ser Doutor em História Antiga (primeiro passo será dado nesse domingo quando farei o vestibular – conto com o pensamento positivo de todos);

Ter filhos (está intimamente ligado ao primeiro item dessa lista);

Escrever um livro (quem sabe ganhar o Nobel de Literatura);

Fazer a arvore genealógica da família e escrever sobre meus avós (família estilo italiana com um pé na senzala – meu avô é neto legítimo de escravo – minha a avó e filha de um índio com uma holandesa);

Conhecer a Itália, mas especificamente Roma (por causa das Ruínas do Império Romano);
Ser Prefeito de Boa Vista, Governador de Roraima e Presidente do País;

Fazer a Revolução Comunista no Brasil (está intimamente ligado ao item anterior).

O que nos une às vezes não são necessariamente “os laços de sangue”. Nunca fui com as fuças de meu padrasto (e ele com as minhas), dois dos 07 anos e a perca de contato com meu pai (pai?) biológico, deixei de querer na minha vida um pai. Fazer uma criança todo mundo faz, é um ato biológico, contudo, o que nos aproxima é o AMOR! (...). Amo minha tia Inês com o amor de um filho pela mãe, e assim como minha mãe Joana, mato e moro por ela!

Meus registros fotográficos de infância foram todos registrados por ela... Essa que meu viu crescer e tem parte substancial naquilo que hoje sou! Esse feioso aí (o dentuso) da foto com mais dois amigos; não tive pai, mas tenho mães e agradeço a Deus todos os dias por ter sido criado por duas pessoas maravilhosas, que tem seus defeitos (e quem não possui?), mas são pilar fundamental de toda a minha existência...

EXTRA:

Esse texto é em resposta a três MEMES que Jairo , Iara e Letícia me mandaram respectivamente. O primeiro, é para listar 08 coisas que o indivíduo pretende fazer antes de ir para o andar de cima; o segundo é postar uma foto de criança e de adulto a fim de fazer a comparação e o ultimo é para postar foto de criança e relatar fatos de infância, sendo que tem regras e são:

1 - Colocar o (a) link de quem o convidou;
2 - Escrever um texto sobre lembranças da infância;
3 - Postar o selo do meme dentro do artigo;


4 - Se possível, colocar uma foto de quando era criança ou adolescente;
5 - Chamar cinco amigos para brincar com você.

E repasso esses três MEMES a:

Rívea, Lugirão, Flávia Brito, Valéria de Oliveira e Mayara Borges

Tem texto meu no O Arroto que questiona os por quês de todos os homens serem iguais segundo as mulheres, no Meias Palavras há uma pequena análise sobre as eleições de 2008 e seus reflexos para 2010 e um Olhar na Casa do Poeta.

Boa semana a todos.

(9) Comments

  1. Iara Alencar said...

    kakkakakkakkaka era vc na foto??
    hun....eu acho que voce era danado sim, voce tem tipo de menino que foi malino.

    17 de novembro de 2008 às 20:42
  2. Anônimo

    Puxa... A história de ter caído na merda... Não consegui nem achar engraçada! Fiquei com dozinha de você e da sua tia Inês! Eca!

    bjs

    18 de novembro de 2008 às 03:33
  3. Lugirão said...

    Daniel, cair na merda literalmente, ninguém merece.
    Que bom ter uma tia assim, eu tenho uma irmã mais jovem que é como uma filha para mim, quem sabe falo disso.

    Meme interessante, vou ver o que faço.

    beijos.

    18 de novembro de 2008 às 07:03
  4. Jairo Borges said...

    ótimas histórias sobre a vida!
    ai! sempre dá uma nostalgia, mt bom o texto!
    e uma junção de memes foi insuperável! só de um veterano nos blogs mesmo neaH!
    =P
    ah e seus objetivos são bem ambiciosos!
    adoro a Itália tbm!

    18 de novembro de 2008 às 17:41
  5. Leticia said...

    Perfeitamente respondido Dan.
    Essa de cair na merda foi o ó kkk pior que eu e as galinhas!

    Vc é meu dentuço favorito maninho, bjks. Sorte no vestibular , estarei torcendo.

    19 de novembro de 2008 às 17:50
  6. Camilla K. Boyle said...

    Rsrsrsrs passei por uma situação semelhante... embaraçosa.

    Lhe desejo boa sorte na realizaçao dos seus objectivos e quaisquer outros projectos =)

    Desta vez voltei (mesmo) =)

    Beijos e boa semana

    19 de novembro de 2008 às 18:37
  7. Tássia Jaeger said...

    Ameiiiii...nem tenho comentários a fazer!!!

    20 de novembro de 2008 às 22:32
  8. . fina flor . said...

    que fooooooooofo!!

    beijos e bom fim de semana, dear

    MM.

    21 de novembro de 2008 às 13:47
  9. Lugirão said...

    Daniel, passando para te desejar um bom fim de semana.bjos

    21 de novembro de 2008 às 18:25