O PREÇO DO RIDÍCULO

Posted by : DANIEL MORAES | 24 setembro, 2008 | Published in

Uma coisa que sempre me pergunto e quanto mais tento achar uma resposta, mas fico sem entender, é a capacidade que um indivíduo tem de se expor ao ridículo. Penso isso quando zapeando a TV, me deparo com os programas como do SBT chamado “Casos de Família” ou o da apresentadora Márcia Goldsismiti.

Para mim, aquelas pessoas que vão aos referidos programas estão sendo pagas pra isso. Como pode, uma pessoa em sua sã consciência, participar de bom grado de um programa que usará seu problemas a fim de obter a dita audiência, se não for por dinheiro?

Dia desses (pra não dizer que sou muito chato) parei pra assistir o Caso de Família, e o tema era “você não me deixa respirar”. Tinha lá país, filhos e namorados deliberando os por quês de fulano, cicrana prender demais o outro.

Pensei: “isso poderia ser resolvido em casa, numa boa e sincera conversa. Pra quê se expor? Por quê discutir seus problemas na segunda principal emissora do país, sendo que milhões de pessoas estão vendo? Só podem estar sendo pagas”. Agora pergunto: quanto vale a sua intimidade? Tem preço? Vale a pena “vender” seus problemas?

Imaginem essas pessoas na sua comunidade. “Olha lá o idiota ali... Como é que pode menino?” Nós brasileiros somos um povo extremamente debochado, zoamos de tudo! Valei aquelas pessoas, sendo apontadas nas ruas, criticadas (nós somos um povo hipócrita! Às vezes, passamos pela mesma situação mesmo assim jogamos pedra), comentadas e não podem reclamar.

Porém, o maior de todos os programas do gênero era o “Programa do Ratinho”. Sei disso, pois na época do referido programa, boa parte dos meus amigos assistiam, e toda vez que nos encontrávamos volta e meia surgia, “tu viu o teste de paternidade de ontem?”. Confesso que vez ou outra assistia, pela palhaçada ali encenada. Mulher partindo pra cima do cara; carinha querendo bater na mulher; os assistentes de palco levando porrada... Um dia, lembro-me que teve um caso de uma menina de 17 anos, esperando o terceiro filho, tudo de pai diferente... O acusado dizia, “essa aí dá pra todo mundo”; a dita respondeu, “esse aí é galinha, me comeu, comeu minha mãe”.

Outro programa (aí eu confesso meu crime, assisti mesmo! Claro que era por causa da Márcia Imperator... Ah Márcia e seus filminhos pornôs...) do gênero que sempre rendeu comentários foi o “Eu Vi na TV”, do apresentador e comediante João Cleber. Todos que assistiam esperavam endosseis o “Teste de Fidelidade”, onde a (o) namorada (o) era posta (o) a prova.

O mais recente e comentado e já vai pra nona edição (Deus me livre!) é o BBB. O vencedor ganha um milhão de reais, e as mulheres bonitas capa da Playboy e os homens boa pinta a capa da “G Magazine”. Não tem teste de fidelidade, paternidade, todavia, o indivíduo é julgado por pessoas que nem conhece.

Em todos os casos citado, de cem reais a um milhão, fica a pergunta: vale a pena se expor? Deixar-se colocar no ridículo, entrar em julgamento alheio, falar de seus problemas, tudo por dinheiro? A dignidade tem preço?
Como diz o velho deitado Chinês, “cada um têm a sua verdade”, porém, pra mim, dinheiro nenhum paga minha paz de espírito, honra e dignidade. São coisas que NÃO TEM DINHEIRO NENHUM NO MUNDO QUE PAGUE.

NO VÍDEO: Ultraje a Rigor – Inútil.

(8) Comments

  1. Flávia said...

    É como já cantavam os Titãs: " a televisão me deixou burro muito burro demais"...

    Ótimo o post.

    Beijos!

    24 de setembro de 2008 às 23:04
  2. Anônimo

    Agora vão me bater!! mas eu adorava ver o "suposto teste de fidelidade"...aquilo era um programa de humor pra mim rsrsrs

    O que eu penso é que cada pessoa sabe onde aperta o calo meu caro, voce tem uma história, uma tv quer fazer a história de um blogueiro, você vai lá e conta.
    Pode aumentar ou diminuir´, eu nao ligo pra isso, tv pra mim é apenas diversão.

    24 de setembro de 2008 às 23:07
  3. Lilly said...

    fazer o que né... são essas coisas que dão ibope!
    minha vó, por exemplo, adora a marcia goldsmith
    ¬¬

    bjaoo

    25 de setembro de 2008 às 00:18
  4. Aline Ahmad said...

    Oi, Daniel!
    Perdoe-me pela ausência em seu blog. Li todo o post mas pelo horário da manhã não estou em um bom momento para opinar... risos
    Beijos de luz,
    Aline***

    25 de setembro de 2008 às 06:03
  5. Leticia said...

    Como a Flávia já citou , endosso: " a tv me deixou burro muito burro demais..."

    Salvo uns poucos programas não assisto tv ; mal tenho tempo e quando o tenho livre prefiro sempre usá-lo de outra forma.

    Quem fica o dia todo na frente da tv sofre lavagem cerebral ...

    25 de setembro de 2008 às 15:23
  6. Anônimo

    PORRADA1 PORRADA!
    Eu lembro do xaropinho gritando eu gostava do programa do ratinho por causa do boneco que botava mais fogo na história....
    E eu não sei se estes programas pagam para as pessoas irem mas elas devem pensar que deve ser um jeito de resolver o problema , além de não pagar o pscicólogo ganha um dinheirinho KKK

    25 de setembro de 2008 às 16:49
  7. Anônimo

    Olha pode ser o apreto da vid aque os fazem ir, podem ser atores , e tme gente que quer falar tando sai falando na rua o problema p/ qualquer um que aparece que a tv era só mais um para contar a mesma história...

    25 de setembro de 2008 às 16:51
  8. Jairo Borges said...

    Pois é... Mas acredite! Tem pessoas que nãoi precisam ser pagas para ser expor ao ridículo! Para elas isso não é ridículo! "Poxa vou no programa da Márcia que assisti a minha vida toda, para ver se ela me ajuda a resolver meus prblemas" É pelo mesmo motivo que as pessoas vão pagar mico no ídolos e porque os americanos migram para holywood!
    A midia influência as pessoas a issoelas já estão dominadas pela mídia!
    e acredite... quando elas voltam as suas comunidades não são vistas como ridículas e sim a primeira coisas que falam para elas é:

    " como consigo ir tbm!"
    hauahuahuah

    27 de setembro de 2008 às 15:09