Um belo dia, após uma noite de lazer com seus pais, Bruce Weyne assiste o assassinato de pai e mãe num beco escuro da cidade de Gothan. Obcecado pelo desejo de vingança, o menino se transforma no justiceiro alado, que combate a criminalidade de sua cidade. Um Super Herói sem poderes especiais, que usa sua inteligência, astúcia e o cinto de utilidades para combater os maus feitores.
Batman na minha modesta opinião, é o melhor desenho que existe. De longe, os quadrinhos são mais bem desenhados e elaborados. O enredo é criativo, cheio de emoção e pancadaria pra todos os lados.
Ontem à noite fui ao cinema com mais duas amigas de Faculdade assistir a “Batman, O Cavaleiro das Trevas”. Primeiro, deve-se dizer que de longe é o melhor de toda a saga; eletrizante do inicio ao fim. Segundo, que o ator que faz o Batman (esqueci o nome dele agora) enfim incorporou o personagem. A seqüência que está sendo produzida, cronologicamente, pode-se dizer que são as primeiras da série, já que narra o inicio da atividade heróica de Bruce.
Vale dizer, que essa história possui os melhores vilões; duas caras, charada e Coringa... Aliás, o melhor e maior vilão das histórias em quadrinhos. Nesse filme, é interpretado pelo ator que fez o caubói gay (é... definitivamente não sei o nome dos atores), e ele “vestiu” o personagem!
Coringa, de uns tempos pra cá, principalmente nos dois últimos desenhos produzidos pela Wonner, era um mero palhaço, e a atuação do ator no filme fez do Coringa o que é, um mix de psico/sociopata que tem a lucidez de saber o quê está fazendo, e é daí a sua motivação. Diferente dos outros vilões que querem ficar ricos ou conquistar o mundo, Coringa “barbariza” para ser o agente do caos.
O filme possui ótimos diálogos, e num deles, quando os dois estão frente-a-frente, Batman pergunta a Coringa se ele quer matá-lo, e o mesmo responde, “matá-lo? Não... Você me completa!”. E é verdade. O que faz do Morcego mascarado ser diferente das outras historias, é que não há a luta do herói X herói. Em Super Homem, além da criptonita, a sua força passa a ser seu calcanhar de Aquiles. Em Liga da Justiça, na batalha contra Breniark ele diz ao vilão, “você sabe o que é acordar e dormir num local que é feito de papelão?”. No mesmo seriado, ele surta, se virando contra seus amigos heróis, querendo conquistar o mundo. No episodio da Invasão Tanagariana, a Mulher Gavião é obrigada a decidir em entre ficar com seus amigos de Terra ou de Tanaga, seu Planeta Natal.
Em Batman, Bruce tem apenas que lutar contra o fantasma da morte dos pais (será que é pouco?) e conciliar sua vida dupla. Coringa é ele! Seu lado “Dark” materializado... Por isso que a frase do filme é tão sensacional. O autor da história travestiu o vilão de palhaço para “esconder” aquilo que ele realmente é... Suas piadas sem graça, sarcasmos, ironias e deboches escondem um Ser totalmente sem sentimentos, escrúpulos, moral e ética, um verdadeiro monstro maníaco; avesso total do Morcego, que apesar de não obedecer às regras, segue “determinados padrões” que o impele de fazer determinadas coisas.
E é aí que tudo se encaixa “antropologicamente falando”; Todos têm dois lados; grande parte de nos é 70, 80, 90% pessoa de bem, conteúdo, temos nosso lado mau, e que exercitamos todos os dias, em pequenos atos. Por exemplo, quando vemos um acidente e paramos pra olhar, muitos pensam, “tomara que tenha sangue”; quando sabemos que alguém de quem não vamos muito com as fuças se deu mal, logo vem o “toma filho da puta, se fudeu!”. Na inveja negra que sentimos; a sacanagem que fazemos com um amigo; em atos de falsidade, enfim... Atire a primeira pedra quem nunca fez algo igual ou parecido com as coisas listadas acima. E há casos extremados, como jogar a filha pela janela...
Toda historia de desenhos animados possui uma critica ao Homo Sapiens. Em Batman, é basicamente a dualidade humana. Charada quer respostas (mania de querermos saber de tudo, custe o que custar), e faz disso um jogo mortal. Duas caras através do cara ou coroa, determina o rumo das coisas ou pessoas através da sorte (indecisão, inconseqüência, irresponsabilidade). Coringa é o psicótico que quer ver o circo pegar fogo (manipulação, abuso, sordidez, insanidade).
Como diz o Coringa em um dos diálogos do filme, “a loucura é como a gravidade, só basta um empurânzinho para cair”.
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