
Agora não sou muito chegado a fotos. Não sei por que, mas o ato de registrar-me perdeu um pouco o sentido. Quase não tenho fotos “da fase adulta”, as mais recentes são duas, tiradas no ano passado quando morava no Centro Oeste, por ocasião da visita de minha tia que mora no Rio de Janeiro.
Ao vê as fotos, lembrei de comentários deixados no meu profile do orkut, de não ter postado fotos lá. Pensei, “por quê não?”. Então selecionei algumas fotos, e foi uma verdadeira viagem ao passado... Confesso que passei do dia nostálgico.
Possuo dez álbuns que vão desde recém nascido aos 14 anos de idade. Ali, revi tanta gente, parentes, amigos de infância... Pensei numa coisa que minha mãe me disse um dia; mas vamos por partes, como faria o Jack.
O primeiro álbum que abri, foi de um aniversário; acho que era de 13 anos. Nessa época, as rugas com o meu padrasto começavam a se aflorar. Também, foi quando ganhei minha primeira premiação como ator de teatro – ator revelação no FETER (Festival de Teatro de Roraima); viria a ganhar mais quatro estatuetas, todas como melhor ator – descobri o Movimento Estudantil e me apaixonei pela primeira vez. Retirei uma foto da comemoração e foi a primeira vez que prestei atenção no meu sorrir; descompromissado e debochado.

Em seguida, selecionei um com fotos mais ou menos nova. Escolhi a foto em que estou com duas primas minhas num casamento, duas que tirei em Brasília no ano passado (as mais recentes mesmo!), outra em que estou com uma priminha minha no colo, e uma em especial, que é da formatura de minha mãe em Turismo.

Depois das fotos escolhidas, percebi várias coisas. A primeira, é que tive uma infância relativamente boa e feliz. Não sou oriundo de família abastada, mas nunca me faltou nada. Tive minhas festas de aniversário, meus brinquedos, amigos de infância legais, bom estudo, enfim, dentro do possível, fui o que pode-se chamar de “bem criado”; segundo Freud, “os adultos de hoje são as crianças de ontem”, então, posso dizer que “controlando a minha maluqueis, misturada com minha lucidez”, sou realmente um maluco beleza.
A segunda coisa tem haver com a frase de minha mãe. Minha educação foi austera, isso implica afirmar que foi muito rígida. Até os 18 anos, minha mãe sempre me teve nas mãos, controlando quase toda a minha vida. Aos 15, começou a haver o confronto, pois nesse tempo, estava totalmente mergulhado no Movimento Estudantil, lendo Marx, conhecendo Nietzsche, tendo contato com Sartre... Os encontros do grupo que participava, muitas vezes passavam da meia noite, horário máxima que me erra permito está “na rua”. Queria militar, ser um membro ativo, participando de eleições de grêmios estudantis, enfim... Como ela regulava, fiz dos 18 anos a data de minha libertação! Tantas vezes, chorando de raiva, dizia: “Quando eu tiver 18 anos darei meu grito de independência!”; coisa que realmente aconteceu, e ela sempre respondia: “Quando você tiver 25, vai querer ter 15”. Batata! Ultimamente, tenho sentido saudade daquela época. Hoje, aos 25, percebo tantas coisas... Vi que minha vida tomou uma direção completamente diferente do que planejava naquele tempo; as três coisas “matriz” eram: fazer a revolução comunista, escrever que nem o Drummond e ser um jornalista; nada disso fiz; sou comuna, mas percebi que “revoluções” hoje em dia... Jamais chegarei a unha encravada do dedinho midinho do Mestre e percebi que não tenho vocação ao jornalismo.
Entendi, como bem diz Shaquespear “que o tempo não é algo que se possa parar”. Percebi que Cronos é cruel, as horas passam rapidamente, mau acordamos já dormimos, e cada coisa que fazemos tem sua conseqüência.
Das fotos que selecionei, tem umas que dizem bem quem sou, como por exemplo, a fotografia em que estou segurando minha priminha. Às vezes, prefiro passar um dia inteiro com uma criança, que ficar na companhia de um adulto. Vi que minha estada no DF/GO me deixou mais maduro, mais seguro de mim, me transformou num homem de verdade, e isso é constatado nos comentários feitos por amigos meus, quando regressei a Roraima.

(Foto recente (dia 25/07): Pagodão da JCAF, como meu amigo/irmão Felipe Ronne, O Picolezeiro RR).
NO VÍDEO: Tendo A Lua – Paralamas do Sucesso.
Por: Daniel Moraes.
Por: Daniel Moraes.
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