50 ANOS DE 58

Posted by : DANIEL MORAES | 29 junho, 2008 | Published in


O garoto domina a bola. Há duas jogadas que ele pode fazer, que é tabelar com o que vem de trás, já que está de costas para o gol, ou abrir na lateral. São duas opções interessantes, só que ele faz diferente. Contrariando a lógica, o crioulo dá um chapéu no adversário e chuta no canto do goleiro, meio peito de pé, meio bico. Aquele menino, que entrará na terceira partida da Seleção seria o maior de todos. Mal sabia o moleque que aquele gol, o primeiro seu com a camisa amarelinha, se juntaria a mais mil e duzentos gols. Nascia ali O Jogador; ele faria da camisa número dez, mais que um número, um exemplo de jogador craque.

Mas aquele grupo reservaria mais surpresas. Havia ali certo Mané. Em geral, um cidadão de apelido mané não é lá grande coisa. Mas esse em especial era especial. Ele fez-se sinônimo de drible, de jogadas bonitas, e quatro anos mais tarde, seria a figura principal do segundo título mundial e que por essas ironias do destino, morreu pobre e esquecido, renegado a indigência moral.

Em 29 de junho de 1958 o futebol deixou de ser o mesmo! Há cinqüenta anos atrás, o Brasil se transformou. Até então, éramos conhecidos por ser a pátria de Carmem Miranda, a mais brasileira de todas as portuguesas. Não tínhamos ainda, a apoteose do Carnaval da Sapucaí. Tínhamos a Bossa de Tom, João Gilberto e Vinícius de Moraes, mas mesmo assim, não era um movimento de amplitude igual à dessa conquista.

Além do menino Pelé e do intrépido Garrincha, tínhamos a enciclopédia chamada Nilton Santos; o versátil Zagallo, o embrião do que venho a ser o chamado “lateral moderno”, aquele que ataca e defende bem; Didi e sua folha seca; Vavá, enfim... Existia ali uma reunião de craques que fez daquela seleção uma das maiores de todos os tempos, e muitos afirmam ser A Seleção!

O grupo de cinqüenta e oito chegou à Suécia desacreditado. Após a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã e a pífia campanha da Copa de cinqüenta e quatro, ninguém dava nada por eles. Nada poderia representar esse estigma, que a frase inesquecível do inesquecível Nelson Rodrigues: “Nossa Seleção sofre do complexo de cachorro vira-lata”.

O medo de repetir o fracasso dos anos anteriores, numa reunião entre Carvalho, o técnico Feola, o preparador físico Paulo Amaral e líderes do elenco, entre eles o capitão Bellini, foram feitas três modificações, entrando Zito, Pelé e Garrincha. A partir daí, o que se viu foi uma equipe pronta pra ser campeã, surpreendendo a todos, chegando a final com os donos da casa, e vencendo os mesmos por um placar de 5X2.

Não foi somente o Brasil que ganhou, mais sim, todo o futebol. Esse esporte passou a ser uma paixão nacional; com habilidade e técnica, mostramos ao mundo que pode até ser os Ingleses inventores, mas nós que aperfeiçoamos, e fizemos do Brasil o país do futebol. Geração após geração, craque após craque, nos consolidamos como uma verdadeira fábrica de jogadores, como Zico, Rivelino, Ademir da Guia, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Sisi, Marta...

Cinqüenta anos depois e mais quatro títulos conquistados, não podemos deixar de reverenciar esses ídolos do passado. Como bem disse o Pelé, “não haveria Penta se não fosse à geração de cinqüenta e oito”.

NO VÍDEO: Skank – Uma Partida de Futebol.



EXTRA:

Em Roraima, já estão definidos os candidatos a Prefeitura Municipal de Boa Vista. Concorrem, Iradilson Sampaio, atual gestor e Luciano Catro, Deputado Federal do PR. Particularmente, nenhuma das opções acima me agrada, mas vamos ver a proposta dos candidatos.

E o Flamengo está mais líder do que nunca nesse Campeonato Brasileiro. Não vejo ninguém na minha frente.

Boa Semana a todos.

Por: Daniel Moraes.

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