Pois bem, minha estréia aqui no SÓ PENSANDO deve ser digna do dia que escolhi para postar. Sexta-feira, mês de agosto, o Brasil se "recuperando" da gripe "suína"... Esse dia merece um bar, com cerveja geladinha, amigos e claro, papo sobre como fazer o mundo melhor.
Eu não sei se concordam comigo, mas nos bares, botecos e "pés sujos" dessa imensidão de Brasil surgem soluções para um mundo inteiro. Umas loucas, outras bem sensatas. Algumas lúdicas, outras bem simples.
O fato é que em tempos atuais, os bares falam do Sarney, da gripe, da foto amistosa e sorridente de Lula e Collor, do bolsa família e de tantas outras pérolas que a política brasileira vem nos presenteando. Pois já que os fatos atuais (nada novos) não nos acalantam o bolso, ao menos fazem nossas mentes borbulharem de ideias. Nossa capacidade crítica cresce a cada dia e junto com ela, também nossa indignação.
A mesma indignação que eu senti ao ver o Presidente Lula declarar em alto e bom som que são "IGNORANTES E IMBECIS" aqueles que criticam o bolsa família, além de citar ainda algumas das críticas. Me intalou a garganta ouvir aquilo. Tá preso até agora. E o pior é que eu não bebo cerveja, e falo a beça no bar. Veja a situação: sóbria, consciente e muito intalada com essa declaração.
Porque se segundo o Presidente desta nação que constitucionalmente é "democrática" discordar do bolsa família é ser ignorante e imbecil, eu sou ignorante e imbecil. Pois discordo! Não só do bolsa família, mas de muitas outras formas de assistencialismo que vejo a cada dia nesse país. Discordo do modo como as coisas andam fluindo tão naturalmente como se não houvesse mal algum um país ter sua maioria pobre e necessitada de uma contribuição miserável como essa para fazer feira, comprar roupa, entre outras coisas que dizem respeito a dignidade humana.
Discordo que uma nação grande e repleta de recursos como a nossa encha a boca pra dizer que possui o bolsa família. Não! Essa contribuição (esmola) não é motivo de orgulho. Não é motivo de celebração para nenhum governo que deseje o crescimento de seu país.
E eu não vou entrar no mérito de como os que são beneficiados usufruem do dinheiro. Essa é outra história, bem mais complexa. Não vou falar dela. Parto do princípio que todos usem para os fins que são destinados os Reais ($) distribuídos e ainda assim, eu discordo.
O Brasil vem se abastecendo de "benefícios" que engessam as famílias de todos os lados. Farmácias populares, restaurantes populares, hotéis populares, escolas públicas distribuem uniforme, livro, caderno e lápis, bolsa família, bolsa qualquer coisa que seja possível inventar e por aí vai... A maioria pobre da população passa a acreditar que esta é a real função do Estado. Abastecer os seus com tudo que seja possível, todos recebem o mínimo para sua sobrevivência, acreditam que o "governo" ama o seu povo e pronto! Formou-se um ciclo de vícios que dificilmente em menos de 100 anos a nação conseguirá ver-se liberta.
O governo dá o que ele pode (coitadinho), a maioria pobre recebe de bom grado, alguns "1 em um milhão" terão um belo futuro e estamparão propagandas para servirem de exemplo dizendo que tudo isso deu certo e o país segue sua vida, com a mesma pirâmide de classes que há séculos foi construída por pensadores que a criticaram e que hoje ainda continua sendo mantida, entretanto é liderada por uma cúpula que saiu da base, atingiu o topo e não quer se desfazer dele.
Sei que pode parecer uma análise pessimista, mas a DIGNIDADE HUMANA que a Cosntituição desse país traz não é esta. Não se faz dignidade com migalhas. Dignidade é crescimento, construção, conquista, vitória. É sonho realizado! Outro dia ouvi uma professora de história dizer o seguinte, "atualmente os acessos são muitos, as pessoas tem muito acesso a escola, universidades, mas o sistema continua o mesmo. Por isso as coisas não evoluem". Corretíssima ela, acesso que serve de "migalha" não muda a realidade da nação. Um país que constrói sua economia pensando no bolso dos que têm a máquina do poder nas mãos, não sai do buraco.
Por isso eu sigo firme em meu pensamento de que a mudança não vem de cima, nem virá com novos poderes. A mudança vem da base da pirâmida que nunca se desfez, da base da sociedade que paga por confortos que nunca teve. Ou mudamos nossos hábitos e nossa maneira de nos contentarmos com tudo, ou agimos diferente, ou o Brasil terá como seu maior tesouro o assistencialismo gerado por nossos governos e nossa maioria pobre continuará agradecida com as migalhas que lhe garantem a sobrevivência e os dedos fortes para teclarem as teclas corretas nos domingos festivos do mês de outubro.
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Enfim, eu disse que quem não bebe fala mais... rs! Espero que tenha valido a pena o papo, nos vemos às sextas a cada quinze dias.
Até breve,
Pâmela Rodrigues
Caramba, Pamela! Quer dizer que você fala muito e não bebe?... ah, tá! :)
Mas concordo com você, principalmente sobre o bolsa esmola, ou melhor, família. Acredito que o governo mantém essas pessoas dependentes dele enquanto nutre a ideia de que as está protegendo atraves desse programa. è um engano. Concordo com a ajuda aos pobres, só não concordo com o fato de fazer dessa ajuda um 'trampolim' para políticos corruptos subirem na vida.
Veja um exemplo: aqui em Olinda, um vereador nas últimas eleições aligou um carro de som e saiu pelas periferias dizendo que se não votassem nele (ele é do PT) iria ser cortado do bolsa família. É chantagem e sacanagem pura. E mentira, até porque ele não poderia fazer isso. É um projeto do Estado.
Exemplos como este mostram a patifaria que se instalou no congresso nacional e a farra que eles querem fazer as nossas custas. Com o dinheiro dos impostos em tudo o que pagamos. O Estado oferece péssimos serviços e cobram bem mais de nós, e só nos resta irmos aos blogs levantar nossa bandeira.
Parabéns pelo texto, e vou parar por aqui, senão você vai dizer que quem fala demais sou eu :)
Abraços
A política no Brsil não mudou. A política dos "benefícios" é a velha tática de dar esmola mas não dar emprego, uma maneira de manter o cabresto no eleitor. Encabrestado pelo estômago. É uma política mesquinha cruel. Muito oportuno seu texto. Nós podemos mudar isto.
Abraço.
Com gripe ou sem, bar é meu point favorito... Tenho ali todas as ideias revolucionarias para dominar o mundo !
É no Bar que os melhores papos rolam... Parabéns pelo belíssimo texto! Concordo com você, em cada vírgula que nele está. O Bolsa Miséria é o mecanismo pelo qual sustenta a popularidade de Lula. Coisa parecida aconteceu no Governo de Getúlio Vargas, ao instituir a CLT. Fez dela a engrenajem para sua politicagem. Bjus e novamente, parabéns pelo texto.
http://contesta-acao.blogspot.com
Olá Pamela, tudo bem? Muito prazer em te-la como parceira e amiga virtual.
Concorco com tudo que escreveu. O que acontece é que algumas pessoas não entedem que quantidade não siginifica qualidade. Elas se deixam levar...E o resultado é precário!!! São tão enganados e o mundo ''limitado'' facilita tudo quando não existe a possibilidade de enxergar novos horizontes e tantas coisas que existem nesta vida...
Papo de bar com cerveja sempreeeeee..... Hahaha
P.s Valeu pela visita no meu blog, não consigo entrar no seu...
Um super beijo a vc e a todos deste espaço.
Olá Pamela.
Parabéns pelo que escreveu.
Gostaria de lhe informar que em Portugal existe o Rendimento Social de Inserção que julgo será basicamente parecido com o "bolsa família". Também sou crítico aqui quanto a esse RSI porque, para resumir o meu pensamento, acho que o provérbio Japonês "Se o teu filho tem fome, não lhe dês peixe, ensina-o a pescar" é bastante actual e o pilar de uma sociedade que deseja sustentabilidade. Eu sei que nunca serei político mas acredita, eu não durmo!
Olá,
Daniel e Neto vim visitar o blog agora com nova formatação. Pâmela, Valéria e Attila ainda não conheço, mas parabéns a todos e muito sucesso neste empreendimento.
Não entendo muito de política, vocês sabem. Também não bebo quase nada. Acho que minha participação aqui não será assim uma Brastemp, mas vou linkar e virei sempre sapiar e deixar um oi.
Beijos! :DD